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Somos parte daqueles que entenderam o pedido de Jesus para que trabalhadores fossem enviados para a seara branca, pronta para colheita.

20 dezembro 2007

Meu Natal Circunstancial


Para além do que é pequeno
Acima do sincretismo culminado no dia 25 de dezembro e
na árvore de Natal
Mais caro e significativo do que os gastos com compras
Mais fogoso que papai Noel,
Não menos deleitoso que a Ceia de Natal
Distanciada do orgulho, do egoísmo e da inveja
Na certeza de um perdão, horizontal e vertical,
envolto em graça e misericórdia
Lembrando que aflitos não têm folgas para comemorações
Certa que tenho amarras de amizade infinita,
que extrapolam épocas e circunstâncias
envolvida de carinho e cuidado
sofrida pela rejeição e pelo incompreendido
com saudade da mãe Victória.
Lamentando o passado
Superando o presente
Esperando o futuro
De alma leve
Cantando “all I ask of you” do Fantasma da ópera
Eternamente com sede de aprender
Sonhando um sonho insonhável
Reiterando Paulo...entristecida, mas sempre alegre;
nada tendo e possuindo tudo!

Nesta época circunstante...
...Feliz Natal.
que 2008 seja o passo certo em direção ao destino em Deus!

Nasceu uma flor no Cacto


Vinha de uma série cansativa de atividades e viagens, tinha a alma cansada de fatos e ações, era um cansaço vindo da falta de tempo para pensar. Entre o zig-zag de um lado para o outro, no meio dessa intensidade, precisava de um tempo vital de reflexão. Precisava.Agravava ainda o peso de sentimentos de frustração, expectativas quejá nasciam mortas e eu me iludia de esperança num dia-a-dia deuma morte inconformada. Sentei à mesa do escritório tentando organizar idéias, tarefas eresponsabilidades para então digerir tudo. No ar havia o peso dashoras do relógio com a quantidade de coisas a fazer. Nessa secura earidez vi a flor no cacto. Nascera uma flor no meu cacto! Admiração eespanto. Peguei o pequeno vaso na mão, aproximando dos olhos paraconfirmar. Não era uma sujeira, não era um cisco. Era mesmo uma floramarela no meu cacto. A Raquel riu de minha admiração. Cactos dãoflores, isso deveria ser lógico. Não para mim. Sempre me fui apaixonada por cactos. A essência e significado dessa planta me atraem . É seco por fora, espinhoso. Dentro traz umidade e vida. Aparentemente brusco é singelo. Pode-se esquecer dele que ainda continua vivo, e até dá flores. Talvez goste deles por isso também. Não dependem de mim, são independentes de meus cuidados. Nunca me lembro de molhar as plantas. E ele assim se mantém sempre verde para quando, vez ou outra, me lembrar de olhá-lo.
Havia uma flor no meu cacto. Era um amarelo delicado, quase como que desenhada entre os espinhos. Não havia momento melhor para ela aparecer. No meio da secura de uma existência, havia a esperança da flor do cacto. No meio dos espinhosos afazeres e responsabilidades, havia um sinal de vida e fertilidade. Tinha uma flor no meu cacto. Ontem a Zilda me ligou. “Dona Inês arranquei aquele cacto do jardim.” “O quê?” “Ah o seu Toninho mandou.”
O cacto do jardim, meu outro cacto, era lindo, exuberante, impetuoso, espinhudo ao extremo. Diferente do meu tímido cacto do escritório. Estacionei o carro na frente de casa e lá estava o corpo, prostrado no chão, sem vida. Seu tronco grosso mostrava o quantoera robusto no seu interior, suas folhas um dia tenras agora despretensiosamente murchas.
Subi para o escritório tentando esquecer a cena da calçada. Sentei na mesa, liguei o notebook, olhei para o lado e a flor do pequeno cacto estava murcha.