Quem sou eu

Minha foto
Somos parte daqueles que entenderam o pedido de Jesus para que trabalhadores fossem enviados para a seara branca, pronta para colheita.

23 dezembro 2010

É Natal, Jesus entre nós e em nós! Nele existimos...



Pra ser  esperança no caos.
Pra ser vida entre mazelas.
Pra ser riso com sorrisos
Pra ser choro entre lágrimas.
Pra ser companheiro no caminho estreito.
Pra amar sem o pesar da traição.
Pra andar com passos de justiça em meio a espinhos de exploração.
Pra nunca perder a cruz de nossa vista.
Pra lembrar que o esvaziamento da cruz significa vida.
A vida de Cristo ressurreta em nós.

Meu amor a vocês, amigos de ontem, de agora e de sempre.
Que 2011 caminhemos mais perto da cruz e do que ela significa!
Inês

29 julho 2010

Lições de Missão Integral








     Andava inconformada com certas  tradições da igreja evangélica e com o modo religioso de tratar a vida das pessoas, quando o ouvi pela primeira vez sobre de Missão Integral. Comecei a ler tudo que aparecia e também ouvir  mensagens e cursos a respeito. Chegou a um ponto que eu tinha muita informação teórica, mas não entendia como era na prática.

Então algumas circunstâncias me levaram a cuidar de uma igreja moribunda,  com 11 membros restantes. Passei dois anos lá num trabalho aparentemente sem resultados, voltava pra casa chorando e perguntando pra Deus o que Ele queria de mim naquele lugar. A única direção que tínhamos era de orar para que Deus nos mostrasse o que Ele queria de nós, pois apesar de convidarmos as pessoas para igreja raramente alguém aparecia e as cadeiras ficavam sempre vazias.

Depois comecei a entender que era um tempo de amadurecimento e restauração daquelas vidas que ainda insistiam em estar lá e de mim também. Deixei de me preocupar com a produção de resultados em termo de números, entendi que Deus trabalha com vidas individuais e que quantidade é uma modo capitalista de ser. E foi assim, de encontro a encontro, éramos trabalhados e lapidados pela Palavra... Mas ainda havia aquele negócio de Missão Integral que não queria se calar.

No começo achei que Missão Integral era um modo “evangélico” de dizer ação social. Então comecei a olhar no entorno de nossa comunidade para ver onde poderíamos atuar socialmente. Há muito tempo eu ouvia sobre a Favela do Gica, do outro lado da Estação, numa área isolada pela linha do trem, entre  plantações de alface e um porto de areia. Ninguém da igreja tinha ido lá. Temiam pelo fato de ser muito perigoso e de haver liderança de criminosos lá. Um irmão da igreja topou me levar lá e fomos. Resumindo, me apaixonei pelas pessoas de lá, começamos a trabalhar com elas e hoje muitas fazem parte de nossa congregação.
Confesso que ainda sei pouco do que é Missão Integral, quais os limites dela  e para onde ela aponta. Nesse trabalho com a comunidade da Vila Estação (eles não gostam de dizer Favela do Gica) temos tido muitas experiências e situações inusitadas. Fomos compreendendo que como Igreja, sendo sal e luz, não podíamos ficar salgando o salgado e iluminando o já iluminado. Às vezes, ficamos nos bancos de igreja, como se estivéssemos pregados lá, uma paralisia que nos impede de ir  aos campos prontos para a ceifa. Eis abaixo algumas lições aprendidas e outras ainda por aprender. Que sirvam de inspiração e de motivo de parceria.  
     
     Todo ser humanos tem uma identidade
Pessoas são pessoas, sua identidade não pode ser definida por adjetivos como carentes, favelados, viciado, mãe-solteira etc. Por isso, todos são tratados pelos nomes e conforme a idade, de senhor e senhora. 

A Missão Integral nos faz desenvolver relacionamentos.
Descobrimos que desenvolver relacionamento com pessoas em situação de miséria é o modo cristão de ser. Na verdade isso tem sido um desafio para muitos cristão teóricos. Porque relacionamento implica não somente dar, mas também, e principalmente aprender a ser humilde para receber o que o outro tem a oferecer. Numa atitude natural, sem esforço. Também relacionamento implica em escutar, escutar a história dessas pessoas, chorar com suas dores, rir com suas parcas alegrias e de alegrias sem sentido. Enfim fazer parte da vida delas, de fato. É bom doar uma cesta básica. Mas o melhor é levar na casa, sentar com a família, verificar as causas da necessidade e traçar um plano para não ser mais necessitado.


   Somos mesmo iguais.
Missão integral não é ação social, é mais que isso, é um modo cristão de ser e de estar no mundo. Nada pode ou deve continuar da mesma forma a nossa volta, porque Aquele que está em nós é maior do que aquele que está no mundo. Este sentimento de estar no mundo é consciência de que humanamente somos iguais, cultura, nível cultural, posição são circunstâncias abaláveis. Se há algo é pode nos diferenciar é a graça de Cristo aceita individualmente.

   O problema da pretensão:
Agir num contexto trazendo transformação pode nos fazer achar que somos “o máximo”, nesse caminho vêm possibilidades eleitorais, vantagens pessoais, ou até mesmo o pretensão de nos achar algumas coisa. Tudo isso mata o que foi feito. Creio que isso é maior ameaça. É complicado entender que estar juntos, ser suporte do outro não é mérito, é o ser natural do cristão.


   Mudanças lentas e fora da expectativa
É um desafio falar da esperança de Jesus diante de necessidades extremas. É mesmo um exercício de fé prática, porque precisamos continuar atuando, mesmo ser ver, depositando os resultados nEle. Regamos e Ele faz o milagre da vida. Nem sempre do modo como imaginamos e no tempo que desejamos. O trabalho de Missão Integral exige uma mente desapegada de ideologias humanas. Requer a mente de Cristo. 


   A prática na prática
Essa tem sido nosso maior desafio. A questão não se reduz no “fazer o bem” , mas que tipo de ação “ensina a pescar”? Pensando nisso, estamos usando o espaço da igreja para uma oficina de costura de bolsas e montagem de bijuterias. A Aglow entrou com o treinamento e os materiais. Chamamos de Espaço de Arte e Vida, pois lá há trabalho, evangelização e discipulado ao mesmo tempo. Mas não é tão simples assim ensinar a pescar, o mais difícil é a mudança de mentalidade, fazer alguém enxergar o que está impossibilitada de ver. Requer persistência, paciência fé e amor, acima de tudo. 


    Necessidades além de materiais
Envolver-se a pobreza e a miséria, é muito mais do uma cesta básica.  Os maiores desafios são as péssimas condições de saúde e educação, já latentes na sociedade brasileira, consequência de longos períodos de corrupção e de sistemas públicos falidos, e que crescem exponencialmente.  Por causa disso, em parceria com a Junta de Missões Nacionais das igrejas Batista, implantamos o projeto Dentista Cidadão. Uma dentista atende cerca de 8 pessoas a cada 15 dias. As pessoas atendidas são tratadas como pessoas, desenvolvemos relacionamentos com elas e assim testemunhamos de Cristo.


   Integração – a evidência do Reino
Percebe-se que o Reino de Deus está próximo quando  as placas denominacionais ficam nos bastidores. Questões do Reino não têm espaço para competições. Quem ganha é o Reino, a glória e o poder são dEle.


   Barreiras “quase” intransponíveis
Há ainda guerras maiores a travar: baixíssimo grau de estudo ( tão baixo que nem conseguem aprender a aprender), sentimento de inferioridade, mentira, preguiça, ignorância, fuga da realidade: alimentação  fútil, drogas, bebida, modelismos, sexualidade descontrolada, orgulho, sentimento voluntarioso, falta de noção de família, ausência de pais e mães (há pais e mães, mas não no sentido que isso significa). Quais as armas para essa guerra?
     

    Encontrar quem se importe
Um de nossos maiores problemas é encontrar que se importe, quem queira se envolver com ações humanas e cristãs, de fato. Temos máquinas, materiais, e pessoas para aprender, mas poucos assumem o compromisso para fazer a coisa funcionar. Temos uma dentista que doa um tempo de sua profissão, mas às vezes temos que implorar para que apareça pessoal de apoio. Há muitos crentes dispostos para cantar, dar testemunho, ir para vigílias, profetizar e pregar, mas é  raro encontrar que queira trabalhar nos bastidores.

Quando me deparo com uma comunidade/pessoa socialmente fragilizada, logo me vem uma sensação do riso irônico do diabo, como se ele dissesse a Deus “Olha só o eu posso fazer com homem criado a sua imagem e semelhança”. Senti isso a primeira vez na casa de uma mulher entregue o craque com 5 filhos pequenos. Parece uma luta já perdida e só mesmo a fé pode nos fazer ir adiante.
Nossa ajuda não pode ser uma ação caridosa,  uma esmola, um ato beneficente, um desencargo de consciência. Enfim a ajuda não pode ser uma ajuda, mas um envolvimento que significativamente traga a justiça, a paz e alegria do Reino de Deus, entendo que, como filhos de Deus, somos o canal dessa justiça e dessa paz. Simplesmente não dá para  ter olhos e não ver.
Em resumo,  nada acontece sem a manifestação da Palavra de Deus ,a verdade que liberta falada pelo canal do amor. Fora isso, seremos só um tilintar de sino, vazio e oco.  Por isso, precisamos ser empáticos com a visão de Jesus diante da multidão: ovelhas sem pastor, campo branco para a ceifa – quem irá?

25 julho 2010

Quem é capaz de entender as parábolas de Jesus?



O contrário do que alguns pensam, as parábolas que Jesus contava não eram para facilitar o que ele queria dizer. De uma forma sutil como Deus gosta de ser, as histórias em parábolas servem para nos fazer pensar. Isso é extraordinário, principalmente quando nós, como educadores, vivemos buscando didáticas miraculosas que façam com o que os alunos pensem. Somos resquício de uma ditadura e contemporâneos do capitalismo modelador. Tanto para um como para outro, pensar é risco de perda de poder.    
Então Jesus contava parábolas. Um dia, diante da multidão e sentado no barquinho na praia, começou a contar a história de um desastrado semeador que, mesmo antes de chegar à terra fértil, deixou cair pelo caminho, nas rochas e entre espinhos sua preciosa semente. Ninguém entendeu nada. O rosto ansioso da multidão que esperava de Jesus uma palavra de vida denunciava a frustração. Qual o sentido dessa história? Os discípulos, se aproximando de Jesus em particular, talvez com tom de crítica no sentido de dizer que Jesus não estava sendo objetivo o suficiente, perguntaram: “Por que usa parábolas para se comunicar com o povo?”
Daí em diante a resposta de Jesus é no mínimo intrigante. O povo não tinha o conhecimento dos mistérios do Reino de Deus. De quem não tem será tirado e quem tem será dado mais ainda. Embora essa lógica capitalista das riquezas – quem é pobre fica cada vez mais pobre; quem é rico, cada vez mais rico – não combine com a graça de Jesus, o sentido dela é divinamente perfeito, pois se refere a uma riqueza incorruptível: o conhecimento de Deus.
Os versos adiante (Mateus 13:14-15) dão conta disso. Sem o conhecimento,  as pessoas ouvem, mas não entendem; veem e não percebem. A razão disso é o coração é insensível e a má vontade para aprender. Conhecer a Deus é uma atitude de autonomia, uma busca pela verdade com a humildade de que nada que eu sou ou sei é suficiente para minha própria salvação. Eu preciso dEle, aprender dEle e buscar nEle  conhecimento. É esse sentimento que nos move a compreender as parábolas. Só assim podemos ver com os olhos e ouvir com os ouvidos; entender com o coração; receber a nova vida dEle num processo de cura.
Enfim, quem não busca o conhecimento de Deus, cada vez menos conhece a Deus. Quem busca o conhecimento de Deus, cada vez mais conhece os mistérios de Deus. Vamos, então, às parábolas?

16 julho 2010

Palavras de filha tocam profundamente...

Mamãe linda!! FELIZ 50 ANOS!
E o que dizer deles? O que representaram pra você? Simplesmente a VIDA! E com ela as experiências, a sabedoria (que nunca te faltou), o amor incondicional (não digo só o de mãe, mas seu amor pelas pessoas em geral, pois tratar delas sabemos não ser tão fácil). Virtuosa, Resistente...são essas as palavras que a definem. A vida de todos, penso, é uma prova de resistência. A diferença está em como passamos por essa prova. Assumo que você tirou nota 10, e continuará tirando nos seu próximo meio século...rs. Enfim, sei que a virtude de Cristo está em você, e sem ela você não seríamos nada. Não há nada mais a te desejar, pois você já demonstrou que é capaz! Só tenho a lhe dizer que te amo, e minha vida sem você não faz o menor sentido!
Lembre-se que mesmo a resistência do cacto tem o lado sensível: em meio a espinhos nascem suas flores, e elas não se oprimem com os obstáculos ao redor! Seja assim sua vida também!
Beijos, sua filha Raquel Murad!

14 julho 2010

Meu quinquagésimo ano!



Dia 15 de julho, bem na metade do ano, completo o meu quinquagésimo ano de vida!
Diferente do senso comum, isso não me traz a percepção de perda. Definiria como  marco da construção daquilo para qual Deus tem projetado em mim. Mesmo as perdas se tornaram ganhos, por causa delas posso pisar firme no meu chão, sabendo quem sou e onde estou. Olho adiante e vejo em perspectivas o mais que virá. Ainda não desisti de mudar o mundo, mas tenho aprendido que não se pode fazê-lo só, há de se ceder à pequenez, sem a perda da fé e da esperança.
Tenho no coração a gratidão por sua amizade
Gostaria de vê-lo na minha festa solidária!
É assim: haverá caldo e bolo
O presente é solidário para as famílias da Vila Estação: roupa de bebê ou  criança e/ou alimento.
Quando? Dia 16 de julho – sexta-feira - às 19h30
Onde? Rua Ipanema, 11 – px Estação de Braz Cubas – Mogi das Cruzes

                                    Inês

19 junho 2010

AS PALAVRAS PARA ORAR



Sejam palavras a linguagem culta, dentro da oratória firme, ou a linguagem simples da intimidade, tudo pode ser oração, contanto que as palavras venham tingidas pela brancura da cruz, através do sangue e da graça de Jesus; e nascidas da honestidade do coração.

UM LUGAR PARA ORAR



Pode ser um cantinho da casa, ou uma capela silenciosa, uma sala de oração. Pode ser de joelhos, deitado na cama quente do inverno, em pé solenemente na igreja. 
O lugar de oração só se concretiza na intimidade com que permitimos o Pai de se aproximar de nós. No espaço necessário aberto dentro de nós mesmos, para dizer e ouvir o Pai.